REFLEXÕES SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE ACÚSTICA DE DADOS DE CORPORA ORAIS

Lucia de Almeida Ferrari, Heliana Mello, Marcelo Vieira

Resumo


Corpora de fala geralmente servem como base para estudos de interface entre prosódia, pragmática e sintaxe, além daqueles fonético-fonológicos. Uma boa audibilidade é essencial, mas não sempre suficiente para estas finalidades. Neste artigo são apresentados os procedimentos metodológicos e os critérios adotados na classificação da qualidade acústica dos corpora da família C-ORAL (CRESTI; MONEGLIA, 2005; RASO; MELLO, 2012). Especificamente, serão mostrados os avanços metodológicos implementados especialmente no C-ORAL-BRASIL II (RASO; MELLO; FERRARI, em preparação). O protocolo prevê as etapas de amostragem dos trechos de áudio e a análise dos parâmetros avaliados: relação sinal-ruído, sobreposição, f0 e formantes (F1 e F2). O procedimento utilizou uma série de scripts em Praat que permitiu automatizar a extração dos dados necessários à avaliação. O papel do avaliador é determinante na conferência dos vários parâmetros, pois seu julgamento é dirigido através de critérios precisos, mas que necessitam de checagem à oitiva, por inspeção visual do espectrograma e de eventuais correções manuais. Cada parâmetro recebeu uma etiqueta que indica seu valor. Para se obter uma etiqueta final de cada áudio, que contemple os vários parâmetros, calculou-se uma média ponderada com valores arbitrários atribuídos a cada parâmetro. Os pesos maiores foram atribuídos a f0 e formantes, por se entender que eles são os mais relevantes para as análises fonético-fonológicas além daquelas pragmáticas.


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