REFLEXÕES SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE ACÚSTICA DE DADOS DE CORPORA ORAIS
Resumo
Corpora de fala geralmente servem como base para estudos de interface entre prosódia, pragmática e sintaxe, além daqueles fonético-fonológicos. Uma boa audibilidade é essencial, mas não sempre suficiente para estas finalidades. Neste artigo são apresentados os procedimentos metodológicos e os critérios adotados na classificação da qualidade acústica dos corpora da família C-ORAL (CRESTI; MONEGLIA, 2005; RASO; MELLO, 2012). Especificamente, serão mostrados os avanços metodológicos implementados especialmente no C-ORAL-BRASIL II (RASO; MELLO; FERRARI, em preparação). O protocolo prevê as etapas de amostragem dos trechos de áudio e a análise dos parâmetros avaliados: relação sinal-ruído, sobreposição, f0 e formantes (F1 e F2). O procedimento utilizou uma série de scripts em Praat que permitiu automatizar a extração dos dados necessários à avaliação. O papel do avaliador é determinante na conferência dos vários parâmetros, pois seu julgamento é dirigido através de critérios precisos, mas que necessitam de checagem à oitiva, por inspeção visual do espectrograma e de eventuais correções manuais. Cada parâmetro recebeu uma etiqueta que indica seu valor. Para se obter uma etiqueta final de cada áudio, que contemple os vários parâmetros, calculou-se uma média ponderada com valores arbitrários atribuídos a cada parâmetro. Os pesos maiores foram atribuídos a f0 e formantes, por se entender que eles são os mais relevantes para as análises fonético-fonológicas além daquelas pragmáticas.
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