Hipersegmentação prosódica e processos de morfologização

Saulo Santos, Tommaso Raso

Resumo


Neste trabalho mostraremos como a hipersegmentação prosódica da fala espontânea
pode esconder importantes e frequentes fenômenos de morfologização de item lexicais de alta frequência que sofrem processo de pragmaticalização. Os dados são extraídos do corpus C-ORAL-BRASIL e as observações são relativas a um processo de revisão da segmentação para identificar unidades prosódico-informacionais curtas, principalmente, mas não exclusivamente, os marcadores discursivos Expomos o protocolo de segmentação prosódica adotado e quantificamos as fronteiras que foram excluídas. A importância metodológica destas observações não diz respeito apenas a uma correta segmentação da fala. Ao se hipersegmentar criam-se unidades prosódico-informacionais que não existem, poluindo os dados de estudos que visam a identificar função/forma prosódica destas unidades. A identificação de lexemas que frequentemente são isolados em unidades prosódicas (viu, assim, né, etc.) mas que podem sofrer um processo de morfologização em unidades maiores possibilita estudos de pragmaticalização e gramaticalização em curso no PB (e outras línguas), cujas motivações e efeitos podem ser melhor investigados.


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