TÚMULOS VIRTUAIS: LEITURA BAKHTINIANA DA MORTE NO CIBERESPAÇO
Resumo
A alegoria da navegabilidade para perfis de redes sociais de pessoas falecidas pode ser, introdutoriamente, concebida como uma materialidade cibernética de corpos à deriva em rotas difusas e imprecisas. Aqui conceituado como túmulo virtual, o fenômeno da preservação destes perfis no ciberespaço constitui a região e escopo temático. Objetiva-se problematizar como os enunciados presentes em um túmulo virtual (G.) apontam para a dialogicidade das relações sociais e da linguagem e como estas manifestações discursivas traduzem a confluência de temporalidades num espaço (virtual/real). A teoria dialógica do Círculo e de Bakhtin, em destaque seu conceitos de cronotopo e exotopia, servirão como plataforma analítica.
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PDFReferências
“[...] 102 pessoas (146.880 por dia). Levando em consideração que 30% dos habitantes [...] têm contas em redes sociais [...] transformam em páginas de usuários mortos cerca de 45.532 perfis. (MELO, 2015).
“[...] o número de perfis de falecidos na rede superará o de pessoas vivas em 2065 — no entanto, caso a rede continue a se tornar popular, os mortos superarão os vivos no ano 2130.” (O GLOBO, 2014).
“[...] noção de espaço, em que o físico e o virtual se influenciam um ao outro, lançando as bases para a emergência de novas formas de socialização, novos estilos de vida e novas formas de organização social”. (CARDOSO, 1998, p. 116 apud GURGEL et al, 2011, p. 9).
“[...] não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais [...] A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial. É assim que compreendemos as palavras e somente reagimos àquelas que despertam em nós ressonâncias ideológicas ou concernentes à vida.” (BAKHTIN;VOLOCHÌNOV, 2010, p. 96)
“Não existe nada absolutamente morto: cada sentido terá sua festa de renovação. (BAKHTIN, 2010, p. 410).
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ISSN 2317-0239 (Eletrônico)