TÚMULOS VIRTUAIS: LEITURA BAKHTINIANA DA MORTE NO CIBERESPAÇO

Diego Pinto Sousa, Moisés Carlos Amorim

Resumo


A alegoria da navegabilidade para perfis de redes sociais de pessoas falecidas pode ser, introdutoriamente, concebida como uma materialidade cibernética de corpos à deriva em rotas difusas e imprecisas. Aqui conceituado como túmulo virtual, o fenômeno da preservação destes perfis no ciberespaço constitui a região e escopo temático. Objetiva-se problematizar como os enunciados presentes em um túmulo virtual (G.) apontam para a dialogicidade das relações sociais e da linguagem e como estas manifestações discursivas traduzem a confluência de temporalidades num espaço (virtual/real). A teoria dialógica do Círculo e de Bakhtin, em destaque seu conceitos de cronotopo e exotopia, servirão como plataforma analítica.

Link para a apresentação: http://evidosol.textolivre.org/forum/viewtopic.php?f=38&t=4326


Palavras-chave


Túmulos virtuais; Exotopia; Cronotopo.

Texto completo:

PDF

Referências


“[...] 102 pessoas (146.880 por dia). Levando em consideração que 30% dos habitantes [...] têm contas em redes sociais [...] transformam em páginas de usuários mortos cerca de 45.532 perfis. (MELO, 2015).

“[...] o número de perfis de falecidos na rede superará o de pessoas vivas em 2065 — no entanto, caso a rede continue a se tornar popular, os mortos superarão os vivos no ano 2130.” (O GLOBO, 2014).

“[...] noção de espaço, em que o físico e o virtual se influenciam um ao outro, lançando as bases para a emergência de novas formas de socialização, novos estilos de vida e novas formas de organização social”. (CARDOSO, 1998, p. 116 apud GURGEL et al, 2011, p. 9).

“[...] não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais [...] A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial. É assim que compreendemos as palavras e somente reagimos àquelas que despertam em nós ressonâncias ideológicas ou concernentes à vida.” (BAKHTIN;VOLOCHÌNOV, 2010, p. 96)

“Não existe nada absolutamente morto: cada sentido terá sua festa de renovação. (BAKHTIN, 2010, p. 410).


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2317-0239 (Eletrônico)

Licença Creative Commons

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.