Walter Benjamin e a filosofia da escrita: apresentação, constelação e crítica/ Walter Benjamin and the philosophy of writing: presentation, constellation and criticism
Resumo
Resumo: Este artigo busca evocar as dimensões política, poética e filosófica na escrita de Walter Benjamin, trabalhando as concepções de apresentação (Darstellung) da verdade, constelação e crítica, como dimensões constitutivas de seu exercício de pensamento, praticado na linguagem. Para isso, trabalhamos: as concepções de tratado, fragmento e constelação, em sua crítica à escrita sistemática, em paralelo ao seu modo de pensar a filosofia como apresentação (Darstellung) da verdade, presentes no Prefácio do Drama Trágico Alemão (1928); a sua concepção de linguagem como arquivo de semelhanças não sensíveis, evocada na Doutrina das Semelhanças e em Sobre a faculdade mimética (1933); e sua distinção entre o químico e o alquimista, assim como a relação entre o comentário e a crítica, presentes no ensaio sobre as Afinidades Eletivas de Goethe (1922). Por fim, afirmamos seu modo ensaístico de escrita como locus de um exercício de crítica imanente, exposição e desvio, na construção de um método, uma política de leitura e escrita do mundo, que nasce como tarefa de “ler o que nunca foi escrito”, daquele não tem nada a dizer, somente a mostrar.
Palavras chave: escrita; apresentação; constelação; crítica; desvio.
Abstract:This article seeks to evoke the political, poetic and philosophical dimensions in the writing of Walter Benjamin, working the concepts of presentation (Darstellung) of truth, constellation and criticism, as constitutive dimensions of his exercise of thought, practiced in language. Therefore, we worked on: the conceptions of treaty, fragment and constellation in its critique of systematic writing, in parallel with its mode of thinking philosophy as presentation (Darstellung) of truth, present in the Preface of German Tragic Drama (1928); his conception of language as an archive of nonsensuous similarities, evoked in the Doctrine of Similarities and On mimetic faculty (1933); and his distinction between the chemist and the alchemist, as well as the relation between comment and criticism, present in the essay about Goethe’s Elective Affinities (1922). Finally, we affirm his essayistic mode of writing as the locus of an exercise of immanent critique, exposition and detour, in the construction of a method, a policy of reading and writing the world, born as a task of “reading what was never written” by the one who has nothing to say, only to show.
Keywords: writing; presentation; constellation; criticism; detour.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2179-8478.14.2.11-19
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