Existir nas semelhanças / To Exist in the Similarities
Resumo
Resumo: Partindo da análise minuciosa de dois textos de Walter Benjamin, “Doutrina das semelhanças” e “Sobre a faculdade mimética”, este trabalho visa mostrar a proposição para uma filosofia da linguagem que vinha sendo pensada desde “Sobre a linguagem em geral e a linguagem humana”. Neste, começa a ser apresentada uma ideia de linguagem mágica, advinda do livro do Gênesis e do sopro divino, de onde se diferenciam a linguagem divina, que nomeia para conhecer, humana, que conhece e depois nomeia, da linguagem das coisas, que é muda e imperfeita. Pensa-se na faculdade mimética como algo que, nos povos primitivos, dizia respeito às correspondências mágicas entre linguagem e o universo, e que, na modernidade, corresponde à decaída no arquivo de semelhanças não-sensíveis, e, por fim, à incapacidade de nos tornarmos semelhantes.
Palavras-chave: semelhanças; correspondências; decadência; constelações; mimese.
Abstract: Starting from a careful analysis of two texts by Walter Benjamin, “Doctrine of the Similar” and “On the Mimetic Faculty”, this paper aims to show the proposition for a philosophy of language that has been thought by Walter Benjamin since “On Language as Such and on the Language of Man”. The beginning of this philosophy of language comes from the book of Genesis and from the divine breath of life. There are three different levels of language, the divine that names to know, the human that knows and then names, and the language of things that is mute and imperfect. The mimetic faculty is thought of as something which, in primitive peoples, was related to the magical correspondences between language and the universe, and which, in modernity, corresponds to the human decay into the archive of nonsensitive similarities, and, finally, to our inability to become similar.
Keywords: similitudes; correspondences; decadence; constellations; mimesis.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2179-8478.15.2.199-212
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