Da inesgotável matéria do mundo: uma aproximação pós-humanista à escrita de Maria Gabriela Llansol

Ricardo Soeiro

Resumo


Resumo: O presente artigo centra-se sobre Lisboaleipzig 1: o encontro inesperado do diverso, de Maria Gabriela Llansol, com o objetivo de refletir sobre o enquadramento pós-humanista evidenciado pela escrita de Llansol, procurando argumentar que nesta obra se ensaia uma celebração da interdependência entre o humano e o não humano. Contemplar-se-á, igualmente, uma análise mais ampla da obra de Llansol que, na nossa óptica, incorpora uma ética pós-humanista e encena formas dinâmicas e plurais de subjetividade.

Palavras-chave: Literatura portuguesa contemporânea; Maria Gabriela Llansol; pós-humanismo; representações da subjectividade.

Abstract: Our inquiry will focus on Maria Gabriela Llansol’s Lisboaleipzig 1: o encontro inesperado do diverso (Lisboaleipzig 1: The Unexpected Encounter with Diversity), aiming at reflecting on the posthumanist framework of Llansol’s writing in which it will be claimed that an interdependence between the human and the nonhuman is being enacted. We will also engage in a broader analysis of Llansol’s oeuvre, a body of work which, from our perspective, embodies posthumanist ethics and enacts dynamic and plural forms of subjectivity.

Keywords: Contemporary portuguese literature; Maria Gabriela Llansol; posthumanism; representations of subjectivity.


Palavras-chave


Literatura portuguesa contemporânea; Maria Gabriela Llansol; pós-humanismo; representações da subjectividade; Contemporary portuguese literature; posthumanism; representations of subjectivity.

Texto completo:

PDF

Referências


BARRENTO, J. (org.). Europa em sobreimpressão: Llansol e as dobras da história. Lisboa: Assírio & Alvim, Espaço Llansol, 2011.

BARRENTO, J. Identidade e Literatura: o Eu, o Outro, o Há. Diacrítica, [S.l.], v. 3, n. 26, p. 9-40, 2012.

BARRENTO, J. Na dobra do mundo: escritos llansolianos. Lisboa: Mariposa Azual, 2008.

BELSEY, C. A prática crítica. Lisboa: Edições 70, 1992.

CANTINHO, M. J. Na linha do vento: ensaios escolhidos. Lisboa: Tertúlia de e-books, 2012.

CANTINHO, M. J. Tempo e imagem na obra de Maria Gabriela Llansol. Revista Faces de Eva, Lisboa, v. 11, p. 25-40, 2004.

COELHO, P. M. Ensinar poesia no século XXI: a (im)possível resposta a um desejo infinito. Do Comparativismo à ‘Hospitalidade’ de Maria Gabriela Llansol. In: SILVA, J. A. C.; MARTINS, J. C. de O. (org.). Pensar a literatura no século XXI. Braga: Publicações da Faculdade de Filosofia, Universidade Católica Portuguesa, 2011. p. 287-305.

EIRAS, P. Esquecer Fausto: a fragmentação do sujeito em Raul Brandão, Fernando Pessoa, Herberto Helder e Maria Gabriela Llansol. Porto: Campo das Letras, 2005.

GUERREIRO, A. Na margem da língua, fora da literatura. In: ______. Caderno de leituras. Lisboa: Mariposa Azual, 2011, p. 33.

GUSMÃO, M. A história e o projecto do humano. In: ______. Uma razão dialógica: ensaios sobre literatura, a sua experiência do humano e a sua teoria. Lisboa: Edições Avante, 2011, p. 195-218.

GUSMÃO, M. O amor ímpar ou o terceiro incluído. In: ______. Uma razão dialógica: ensaios sobre literatura, a sua experiência do humano e a sua teoria. Lisboa: Edições Avante, 2011, p. 219-228.

LISPECTOR, C. A descoberta do mundo: crónicas. Lisboa: Relógio D’Água, 2013.

LISPECTOR, C. Água viva. Lisboa: Relógio D’Água, 2012.

LLANSOL, M. G. Ardente texto Joshua. Lisboa: Relógio D’Água, 1999.

LLANSOL, M. G. Causa amante. 2. ed. Lisboa: Relógio D’Água, 1996.

LLANSOL, M. G. Finita: diário 2. 2. ed. Lisboa: Relógio D’Água, 2005.

LLANSOL, M. G. Lisboaleipzig 1: o encontro inesperado do diverso. Lisboa: Rolim, 1994.

LLANSOL, M. G. Na casa de julho e agosto. 2. ed. Lisboa: Relógio D’Água, 2003c.

LLANSOL, M. G. O livro das comunidades. Lisboa: Relógio D’Água, 1977.

LLANSOL, M. G. O senhor de Herbais: breves ensaios literários sobre a representação estética do mundo e suas tentações. Lisboa: Relógio D’Água, 2002.

LLANSOL, M. G. Onde vais, drama-poesia? Lisboa: Relógio D’Água, 2000.

LLANSOL, M. G. Os cantores de leitura. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007.

LLANSOL, M. G. Parasceve: puzzles e ironias. Lisboa: Relógio D’Água, 2001b.

LLANSOL, M. G. Um falcão no punho: diário 1. Lisboa: Edições Rolim, 1985.

LLANSOL, M. G. Uma data em cada mão: livro de horas I. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.

LOPES, S. R. Teoria da despossessão: sobre textos de Maria Gabriela Llansol. Lisboa: Edições Averno, 2013.

NUNES, M. A. Como uma pedra-pássaro que voa. Lisboa: Mariposa Azual. 2008.

NUNES, R. A mão do oleiro. Lisboa: Relógio D’Água, 2011; Barro. Lisboa: Relógio D’Água, 2012

NUNES, R. Armadilha. Lisboa: Relógio D’Água, 2013.

NUNES, R. Barro. Lisboa: Relógio D’Água, 2012.

NUNES, R. Nocturno europeu. Lisboa: Relógio D’Água, 2014.

NUNES, R. Uma plenitude terrível. Maria da Conceição Caleiro entrevista Rui Nunes. Cão Celeste, Lisboa, n. 4, p. 60, 2013.

PONGE, F. Pratiques d’écriture ou l’inachèvement perpétuel. Paris: Hermann, 1984

SOARES, M. de L. O diário de Llansol: a ordem figural do cotidiano. In: ANDRADE, P. de; SÉRGIO A. (ed.). Um corp’a’screver 2. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 1998. p. 50-58.

STEINER, G. Paixão intacta. Lisboa: Relógio D’Água, 2003.

VARELA, M. H. Clarice Lispector: da metafenomenologia dos prazeres a uma ontologia do neutro. Ex Aequo, [S. l.], n. 9, p. 130, 2003.

VAZ, C. Diários de um real-não-existente: ensaio sobre os diários de Maria Gabriela Llansol. Lisboa: Labirinto, 2005.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.24.1.89-110

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2019 Ricardo Soeiro

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.