O riso das margens e o siso do centro: as iluminuras em O nome da rosa

Luciana Persice Nogueira

Resumo


Este artigo enfoca a importância das iluminuras na trama de O nome da rosa, de Umberto Eco, que servem de pretexto ao debate sobre a questão medieval do riso e do risus monasticus. Para tal, observam-se aspectos da juta verbal dos antagonistas – Guilherme de Baskerville e o Venerável Jorge – em torno do hipotético livro de Aristóteles sobre a comédia, a relação entre a imagem (periférica e cômica) e o texto (central e solene) e uma surpreendente contraposição entre as perspectivas aristotélica e nietzschiana da comédia – que o venerável monge revela em seu discurso, apontando para aspectos pós-modernos desse romance que homenageia, entre outros, Jorge Luis Borges.


Palavras-chave


Umberto Eco; O nome da rosa; iluminura; comédia; Nietzsche; Borges.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.23.2.147-163

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