Entre túnicas de seda e nativos, “O bálsamo”: corpos amazônicos “quase” seduzidos / Between Silk Tunics and Indigenous People, “O bálsamo”: “Almost” Seduced Amazon Bodies

Linda Maria de Jesus Bertolino, Rogério da Silva Lima

Resumo


Resumo: Neste artigo buscamos refletir sobre como se estabelecem, na representação do conto “O bálsamo”, do escritor amapaense Fernando Canto, as alegorias óleo e vestes de seda, haja vista que tais alegorias ajudam a demarcar, na feitura do texto, uma relação de poder e saber entre nativos (albinos) e estrangeiros (túnicas de seda) no universo da floresta Amazônica. Assim, busca-se analisar o sentido metafórico dos termos óleo e seda, com o intuito de mostrar como esses dois elementos podem assumir a função de um dispositivo, uma vez que no conto são colocados como um mecanismo estratégico de sedução para o corpo dos nativos.

Palavras-chave: nativos; estrangeiros; bálsamo; seda; corpos.

Abstract: In this paper we pursue to reflect on how the allegories of oil and silk are represented in the short story “O bálsamo” from the amapaense writer Fernando Canto, given that such textual allegories help to demarcate power and knowledge relations between the native (albino) and foreign (silk tunics) in the universe of the Amazon rainforest. Thus, we seek to analyze the metaphorical meaning of the terms oil and silk, in order to show how these two elements can assume the function of a device, since in the short story they stand as strategic mechanisms of seduction for the indigenous bodies.

Keywords: indigenous people; foreigners; balm; silks; bodies.


Palavras-chave


nativos; estrangeiros; bálsamo; seda; corpos; indigenous people; foreigners; balm; silks; bodies.

Texto completo:

PDF

Referências


AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. Tradução de Henrique Burigo. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

AGAMBEN, Giorgio. O que é contemporâneo? E outros ensaios. Tradução de Vinicius N. Honesko. Chapecó: Argos, 2009.

AGAMBEN, Giorgio. O uso dos corpos: homo sacer. Tradução de Silvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2017.

ALMEIDA, Silvio Luiz. Racismo estrutural. Coordenação de Djamila Ribeiro. São Paulo: Pólen, 2019.

BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2011.

CANTO, Fernando. O bálsamo e outros contos insanos. Belém: Editora UFPA, 1995.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005. (Coleção Cultura, v. 2).

FOUCAULT, Michel. A microfísica do poder. Organização de Roberto Machado. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do Saber. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira. Aspecto do realismo maravilhoso em “O bálsamo” de Fernando Canto. Itinerários: Revista de Literatura, Araraquara, n. 19, p. 43-54, 2002.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.25.1.29-44

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2020 Linda Maria de Jesus Bertolino, Rogério da Silva Lima

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.