O que resta de Nietzsche ou Narizinho no espelho / What’s Left of Nietzsche or Little Nose in the Mirror

Henry Burnett

Resumo


Resumo: O artigo procura discutir as principais linhas de influência do pensamento de Nietzsche na formação intelectual de Monteiro Lobato. Para isso, utiliza a troca epistolar do autor com Godofredo Rangel, reunida em A barca de Gleyre. A intenção é demonstrar o lugar destacado que Nietzsche ocupa entre as referências do escritor. Em várias cartas, a interpretação de Monteiro Lobato é claramente equivocada, em outras, alinhada ao que havia de mais progressista. Ao cotejar depoimentos que cobrem quase 50 anos de atividade intelectual, a conclusão é que Monteiro Lobato considerava Nietzsche um modelo de liberdade e independência moral. Até o fim, Lobato permaneceu irmanado ao “seu filósofo”, como se referiu a Nietzsche mais de uma vez.

Pavavras-chave: Monteiro Lobato; Nietzsche; filosofia; literatura; formação; influência.

Abstract: The article seeks to discuss the main lines of influence of Nietzsche’s thought in Monteiro Lobato’s intellectual formation. For this, he uses the author’s epistolary exchange with Godofredo Rangel, gathered in A barca de Gleyre. The intention is to demonstrate the prominent place that Nietzsche occupies among the references of the writer. In several letters, Monteiro Lobato’s interpretation is wrong, in others aligned with what was most progressive. When comparing testimonies that cover almost 50 years of intellectual activity, the conclusion is that Monteiro Lobato considered Nietzsche a model of freedom and moral independence. Until the end, Lobato remained brotherly to “his philosopher”, as Nietzsche referred to more than once.

Keywords: Monteiro Lobato; Nietzsche; philosophy; literature; formation; influence.


Palavras-chave


Monteiro Lobato; Nietzsche; filosofia; literatura; formação; influência; Monteiro Lobato; Nietzsche; philosophy; literature; formation; influence.

Texto completo:

PDF

Referências


ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz. São Paulo: Boitempo, 2008.

ANDRADE, O. Informe sobre o modernismo. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 144-155.

ANDRADE, O. Novas dimensões da poesia. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 156-174.

ANDRADE, O. O esforço intelectual do Brasil contemporâneo. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 39-53.

ANDRADE, O. O futurismo tem tendências clássicas. In: _____. Estética e política. São Paulo: Globo, 2011. p. 32-34.

ARRIGUCCI, D. Movimentos de um leitor: ensaio e imaginação crítica em Antonio Candido. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 nov. 1991. Caderno Letras, p. 6-4.

CAMPIONI, G. Nietzsche e o espírito latino. São Paulo: GEN: Loyola, 2016.

CHAVES, E. “Não se pode falar de Nietzsche, sem relacioná-lo claramente à atualidade”: O Nietzsche “francês” nas páginas da Zeitschrift für Sozialforschung”. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, São Paulo, n. 16, p. 147-165, jul./dez. 2010. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i16p147-165.

D’IORIO. Nietzsche na Itália. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

FORNARI, Maria Cristina. O filão spenceriano na mina moral de Aurora. Cadernos Nietzsche, São Paulo: Discurso Editorial, n. 24, p. 103-143, 2008.

LEMOS, F. Sade, Nietzsche e o expurgo do pensamento. Revista Trágica, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 68-81, 2014.

LE RIDER, J. Nietzsche en France. De la fin du XIXe siècle au temps présant. Paris: PUF, 1999.

LOBATO, M. A barca de Gleyre. São Paulo: Globo, 2010a.

LOBATO, M. Confissões ingênuas. In: _____. Conferências, artigos e crônicas. São Paulo: Globo, 2010b. p. 168-171.

LOBATO, M. Paranoia ou mistificação. In: _____. Ideias de Jeca Tatu. São Paulo, Globo: 2008. p. 40-41. E-book.

MEYSENBUG, M. Im Anfang war die Liebe. Briefe an ihre Pflegtochter. Berta Schleicher (Org.). 2. ed. Munique: Beck, 1920.

MÜLLER-LAUTER, Wolfgang. A doutrina nietzschiana da vontade de poder. São Paulo: Annablume, 1997.

NIETZSCHE, F. O crepúsculo dos ídolos. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

NIETZSCHE, F. Rückblick auf meine zwei Leipziger Jahre, 17 de outubro de 1865 – 10 de agosto 1867. In: _____. Frühe Schriften. Hans Joachim Mette e Karl Schlechta (Org.). Munique: DTV, 1994. p. 298.

NIETZSCHE, N. Assim falou Zaratustra. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SPAGNOLI, C. Godofredo Rangel leitor: memórias literárias na correspondência trocada com Monteiro Lobato. Revista Teresa, São Paulo, v. 1, n. 19, p. 249-264, 2018. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2018.146109.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.30.1.6-30

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Henry Burnett

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

License

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.