Rastros de Maldoror no Brasil: Lautréamont em Murilo Mendes

Eliane Robert Moraes

Resumo


A exemplo do que aconteceu na França – onde Lautréamont só se tornou conhecido no século XX –, no Brasil é igualmente difícil falar da repercussão de sua poética antes do Modernismo. Entre os autores do movimento que se deixaram atravessar por sua voz, ganha destaque a figura de Murilo Mendes, que evoca o criador de Maldoror como “o jovem sol negro / que
inaugura nosso tempo”. Para além das referências explícitas, os poemas do modernista brasileiro revelam uma afinidade de fundo com os escritos de Ducasse, sobretudo quando interrogam os fundamentos da identidade. Se a
obra de Lautréamont deixa manifesta a intenção de apagamento do “eu”, abrindo espaço para uma literatura “feita por todos”, semelhante desejo é expresso por Murilo Mendes, cuja poesia insiste em afirmar as múltiplas faces de um sujeito lírico que jamais cede ao projeto de compor um retrato único.

Palavras-chave


Lautréamont; Murilo Mendes; Maldoror; Ducasse; Modernismo brasileiro.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.18.1.57-67

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O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

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