O limiar entre a filosofia e a poesia em História natural da ditadura, de Teixeira Coelho

Ricardo Araújo Barberena

Resumo


No limiar entre a filosofia e a poesia, existe uma territorialidade híbrida na qual se operam intercâmbios analógicos e ficções epistemológicas. E é justamente nessa área de contágio que se encontra a escritura de Teixeira Coelho em História natural da ditadura. Ou seria uma filosofia narrativizada? Afinal, como bem ressalta Sartre, em toda filosofia há uma “prosa literária escondida”. No íntimo da filosofia, alojase a eterna tentação do poético, quer nos congratulemos com o fato, quer o deploremos. Esse inquietante texto contemporâneo de Teixeira Coelho transita por uma espacialidade em paralaxe no tocante aos diferentes sistemas de opressão e violência. Ao visitar o não-monumento a Walter Benjamin, a obra de León Ferrari ou os cárceres da ditadura brasileira, a obra propõe uma pungente reflexão fragmentada por estilhaços memorialísticos e por epifanias líricas. Como relâmpagos de poesia, a escritura filosóficopoética de Teixeira Coelho tece uma simultaneidade de sentidos: a ditadura como estado natural, a natureza da ditadura, a inacabada e constante crônica da depravação e cumplicidade com a repressão.


Palavras-chave


literatura contemporânea; ditadura; identidade; poesia do pensamento.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.24.1.07-24

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O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

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