A influência de fatores extralinguísticos na referência a entidades com traço semântico [+ humano] no falar mineiro

Luana Moreira Galvão

Resumo


O objetivo deste trabalho é investigar as possíveis influências de fatores extralinguísticos que condicionam, no português falado em Minas, a escolha de nomes gerais na referência a entidades com traço semântico [+ humano]. A base teórica deste estudo apoia-se em Halliday e Hasan (1995), Koch (2004), Labov (2008), Mahlberg (2005) e Pelo (1986). Fez-se uma coleta dos nomes gerais em corpora de entrevistas com habitantes de seis cidades mineiras: Belo Horizonte, Campanha, Mariana, Minas Novas, Ouro Preto e Paracatu. Os dados para análise são do perfil do informante (gênero, escolaridade e faixa etária) e do contexto em que os 28 nomes foram encontrados. Embora não havendo o objetivo de se fazer uma análise quantitativa, alguns nomes possibilitaram seu estudo ao apresentarem usos mais marcados entre grupos sociais; itens como senhor, senhora e dona apareceram mais vezes na faixa etária mais avançada, enquanto velho e velha ocorreram mais entre as crianças e os jovens. As escolhas mostram-se possivelmente condicionadas pela avaliação subjetiva, pela consciência do nível de formalidade ou ainda pelo assunto abordado na entrevista. Essa análise, entretanto, é parcial e requer novos dados, além de uma quantidade maior e mais expressiva de informantes para que se possam ampliar os resultados encontrados.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2317-4242.5.0.20-38

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Revele: Revista Virtual dos Estudantes de Letras
ISSN 2317-4242 (eletrônica)

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