Luz, câmera, estranha forma de ficção

Cristina Dulce Souza Costa

Resumo


Este trabalho discute as metamorfoses do olhar do narrador do romance Extraña Forma de Vida, de Enrique Vila-Matas. Trata-se de um sujeito-escritor que, ao ter a visão transformada em uma câmera fotográfica, muda a sua forma de observar e escrever. Tomando a fotografia como ponto de partida, é possível notar na obra alguns lampejos de caráter teórico, ajustáveis a um possível diálogo com outros textos que versam sobre o advento da imagem fotográfica e suas repercussões na maneira de ler e apreender o que se vê. Desse modo, foram selecionados trabalhos cujo pendor comparativo permite uma aproximação de alguns aspectos ressaltantes na obra de Vila-Matas. São evocados Walter Benjamin, Susan Sontag, Jacques Aumont e Paul Virilio para a abordagem do problema da influência do objeto fotográfico na contínua mudança das formas de percepção do olhar, que consequentemente tece novos rumos sociais, refletindo na maneira de pensar e fazer literatura. Discute-se também, uma possível representação do leitor frente a essas mutações dentro da narrativa da obra analisada. A partir das reflexões de Ricardo Piglia sobre as possíveis configurações do “último leitor”, torna-se praticamente inevitável falar do olhar dos que se encontram diante dessa “estranha forma de literatura”.


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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2317-4242.5.0.285-302

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Revele: Revista Virtual dos Estudantes de Letras
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