Proposta de revisão da nota técnica nº 21 do MEC com base em critérios da Gramática do design visual

Thaís Fernanda Carvalho Bechir

Resumo


A partir do reconhecimento da audiodescrição como uma técnica de tradução de imagens em palavras, recurso que propicia acessibilidade a cegos e pessoas com baixa visão, este trabalho tem como objetivo analisar a Nota Técnica nº 21, elaborada pelo MEC, que apresenta ao audiodescritor requisitos para a produção de seu roteiro. Para essa análise, tomaremos como base Lima (2011) e a teoria de Kress e van Leeuwen (2006). Assim, a respeito das orientações apresentadas pela Nota para a descrição de imagem na geração de material didático digital acessível, julgamos necessário propor sua reformulação, visto que ela negligencia informações de direção e sentido em sua proposta. Com o intuito de evidenciar a relevância dessa reformulação, analisamos a história em quadrinho descrita pela Nota, enfatizando a distinção entre os critérios utilizados pelo MEC e pela teoria que pretendemos aplicar. Sendo assim, com relação às principais diretrizes da audiodescrição (LIMA, 2011: 29) – concisão, clareza, correção, especificidade e vividez  –  enquanto a Nota foca na concisão, nossa proposta privilegia, em contrapartida, as últimas citadas. A partir disso, discutiremos a relevância de novas propostas teóricas capazes de consolidar o modo como se dá a elaboração do roteiro audiodescritivo, que ainda é pouco normatizado. Sabendo-se que a ausência dessas normas impossibilita os audiodescritores de terem recursos de regularização da produção de seu roteiro, aplicando a Gramática do design visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006) à técnica de audiodescrição, chegamos à conclusão de que ela contém diretrizes que podem contribuir para sua efetiva regulamentação.

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Referências


KRESS, G.; LEEUWEN, T. V. Reading images: the grammar of visual design. London: Routledge, 2006.

LIMA, F. J. de. Introdução aos Estudos do Roteiro para Áudio-Descrição: Sugestões Para a Construção de um Script Anotado. Revista Brasileira de Tradução Visual, Recife, v. 7, n. 7, p. 1-32, 2011. Disponível em: http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/index.php/principal/article/view/92/144. Acesso em: 25 fev. 2015.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2317-4242.9.0.14-23

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