Baudelaire, Benjamin, a modernidade: uma ética?

Marcelo Santana Ferreira, Gabriel Lacerda de Resende

Resumo


O presente artigo aborda uma das possíveis relações entre o pensamento de Walter Benjamin e parte da obra de Charles Baudelaire. Considera-se que a defesa da crítica no pensamento de Benjamin assenta-se na relação dialética entre distância e proximidade, que também se exprime na formulação de sua concepção de história materialista. Ao se indicar diferentes momentos da obra de Benjamin, defende-se que o pensador evoca o que havia reconhecido em Baudelaire: a definição de modernidade como uma atitude. Por intermédio desta interpretação, busca-se defender que, a partir de sua leitura de Baudelaire, Benjamin considera que a tarefa do crítico e do historiador materialista seja a de, inicialmente, fundar uma distância em relação a sua própria época, ao mesmo tempo em que se reconhece aquilo que lhe identifica. Distância e proximidade subsidiam, portanto, a articulação de uma ética, apreensível em distintos momentos da obra de Benjamin.


Palavras-chave


modernidade; ética; distância; proximidade.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2179-8478.13.2.207-227

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