Entre uma seta e um círculo: algumas considerações sobre o tempo em Baudelaire

Alice Vieira Barros

Resumo


Este artigo objetiva construir uma leitura da poética de Baudelaire tomando como base a relação entre o “eu poético baudelairiano” e a História. Escolhi como principais aportes teóricos e ferramentas de leitura as reflexões do filósofo Walter Benjamin nas “Teses sobre o conceito de história”, que são avessas a um historicismo tradicional e linear e possuem muitos pontos de tangência com as ideias baudelairianas, e o ensaísmo crítico da poeta russa Marina Tsvetáieva, com suas considerações a respeito da relação entre o “poeta e o tempo”. Tencionamos desenvolver a hipótese segundo a qual a nostalgia do tempo mítico – por oposição a um tempo profano – configura, em Baudelaire, uma resposta crítica aos automatismos sobre a visão de progresso vigentes em seu contexto cultural, mediante a retomada  consciente que o poeta faz de símbolos e mitemas da narrativa bíblica judaico-cristã.



Palavras-chave


Baudelaire; Mito; Modernidade; Walter Benjamin; Tsvetáieva.

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Referências


BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. Ivan Junqueira. Edições Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 2006.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2179-8478.13.2.263-271

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