Recreio e recriação. Dois nomes para a reescrita de Sá de Miranda e Manuel Bandeira em Carlos de Oliveira

Rui Manuel Afonso Mateus

Resumo


A disponibilização ao público do espólio do escritor neo-realista Carlos de Oliveira abre à investigação um terreno vasto de trabalho que viabiliza uma reconfiguração do lugar do autor no quadro da produção poética do século XX e vem, sobretudo, possibilitar a exploração de novas perspetivas de enquadramento e interpretação da sua obra. Exemplo deste universo de possibilidades é um pequeno manuscrito catalogado no espólio que, por mobilizar intertextualmente poemas de Sá de Miranda e de Manuel Bandeira, suscita uma indagação sobre as modalidades de diálogo com a tradição na escrita poética de Carlos de Oliveira e fornece pontos de apoio para uma abordagem nova e desassombrada ao convívio polifónico de vozes literárias de que alguns dos seus livros de poesia constituem um palco privilegiado.

Palavras-chave


poesia; modernismo; neo-realismo; reescrita; Carlos de Oliveira

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2359-0076.37.57.97-113

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