Afetos aristotélicos em Shakespeare e Freud: um exercício de tradução

Ana Vicentini de Azevedo

Resumo


Resumo: O presente trabalho perfaz um exercício de tradução da definição dos afetos (páthe), tal como formulada por Aristóteles na Retórica, para outros campos da experiência humana, em particular, a tragédia Rei Lear, de Shakespeare, e a teoria psicanalítica (Freud e Lacan). Nesse percurso, elegemos a tragédia como locus privilegiado da discussão, na qual propomos possíveis leituras para a problemática dos afetos, no campo conceitual das pulsões, e na dimensão da mimese, da catarse e da sublimação. Como é próprio a todo processo de transposição de uma ideia para outras linguagens e idiomas, esse exercício marca-se pela contaminação mútua dos campos de conhecimento postos em diálogo.

Palavras-Chave: afetos; pulsão; tragédia; mimese; catarse; sublimação; Aristóteles; Shakespeare; Freud; Lacan.

Abstract: The present paper aims at carrying out an exercise in translation of the Aristotelian notion of affects (páthe) as developed in the Rhetoric, into other fields of the human experience. In particular, our analysis will focus on Shakespeare’s King Lear and on psychoanalytic theory (Freud and Lacan) in order to bring to the fore possible readings of the question of the affects, within the framework of the notions of mimesis, catharsis and sublimation. As characteristic of every process of transposition of a particular idea to (an) other language(s), this exercise bears marks of the mutual contamination that the fields of knowledge in question carry into the other.

Keywords: affects; drives; tragedy; mimesis; catharsis; sublimation; Aristotle; Shakespeare; Freud; Lacan.


Palavras-chave


afetos; pulsão; tragédia; mimese; catarse; sublimação; Aristóteles; Shakespeare; Freud; Lacan.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1983-3636.11.2.9-32

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