Linguistic evaluation and variation: accent marks in the opinion of Louveirenses / Avaliação linguística e variação: marcas de sotaque na opinião dos louveirenses
Abstract
Abstract: Linguistic evaluation is portrayed and explored in sociolinguistic studies in various ways (e.g. LABOV, 2008 [1972]; KROCH, 1995). In this paper, we discuss the ways in which speakers are asked, in sociolinguistic interviews, about their perceptions and evaluations of accent: what the speakers understand by this term and how the opinion about their own accent can be correlated to the production of linguistic variables. Firstly, we compare how these questions are asked in three studies of Brazilian Portuguese (BARBOSA, 2002; OUSHIRO, 2015; CARREÃO, 2018). Secondly, we focus on data about Louveira (a city in the countryside of São Paulo state, but rather close to the state capital, also named São Paulo), which shows a correlation between opinions on accent and the production of two linguistic variables: (i) (t,d) followed by [i] – variably pronounced as dental stops [t, d] or africates [tʃ, dʒ]; and (ii) coda (-r) – variably pronounced as retroflex [ɻ] or tap [ɾ]. Louveira’s less common variants ([t, d] and [ɾ]) correlate in production to accent evaluation by the speakers. Considering that accents tend to be ranked in comparison to one another (see BARBOSA, 2002), we discuss how the opposition “capital vs. countryside” is operationalized in Louveira. The cities that exert the greatest influence on speakers also determine which values (positive or negative/stigmatized) are attributed to certain linguistic variants.
Keywords: linguistic evaluation; accent; socioeconomic changes; linguistic variation.
Resumo: A avaliação linguística é retratada e explorada de diferentes maneiras em estudos sociolinguísticos (como em LABOV, 2008 [1972]; KROCH, 1995). Neste trabalho, coloca-se em pauta a maneira pela qual é possível perguntar aos falantes sobre suas percepções e avaliações linguísticas em torno da noção de “sotaque”: o que os falantes entendem por esse termo e como a opinião sobre seu próprio sotaque pode se correlacionar à produção de variantes linguísticas. Para tanto, em um primeiro momento verificamos como são feitos esses questionamentos em três trabalhos sociolinguísticos acerca do português brasileiro (BARBOSA, 2002; OUSHIRO, 2015; CARREÃO, 2018). Em um segundo momento, concentramo-nos em dados sobre a cidade de Louveira (no interior do estado de São Paulo, mas próxima à capital), que revelam correlação entre a opinião sobre sotaque e a realização de duas variáveis linguísticas: (i) (t, d) diante da vogal [i] – cujas variantes são dentais (t, d) ou africadas [tʃ, dʒ]; e (ii) a realização de (-r) em coda silábica – cujas variantes são o retroflexo [ɻ] ou o tepe [ɾ]. As variantes menos comuns no município ([t, d] e [ɾ]) estão correlacionadas à opinião dos falantes sobre sotaque. Considerando-se que um sotaque é sempre classificado em comparação a outro (segundo BARBOSA, 2002), interessa verificar como a oposição “capital vs. interior” opera em Louveira. As cidades que exercem maior influência sobre os falantes são aqueles que, aparentemente, ditam o valor e o estigma atribuídos a determinados traços linguísticos.
Palavras-chave: avaliação linguística; sotaque; mudanças socioeconômicas; variação linguística.
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PDFReferences
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