A percepção sobre as formas de imperativo a partir dos quadrinhos da Turma da Mônica Jovem e Chico Bento Moço / The perception of imperative forms from the comics of Turma da Mônica Jovem and Chico Bento Moço

Carolina Barroca Faria, Leila Maria Tesch

Abstract


Resumo: Neste artigo, apresentamos uma pesquisa sobre a percepção da variação linguística das formas indicativas e subjuntivas na expressão do imperativo no português brasileiro. Com base nos estudos de Scherre (2008; 2012), pôde-se constatar um aumento do uso das formas indicativas em revistas da Turma da Mônica, de 7% em 1970 para 81% em 2010 e, a partir desse resultado, a hipótese é de que os participantes de um experimento criado por nós prefiram majoritariamente as formas no indicativo, tanto na escolha de quais formas os personagens usariam quanto as formas que os participantes utilizariam. Para tanto, aplicamos um questionário, realizado na plataforma Google formulários, com recortes das revistas Turma da Mônica Jovem e Chico Bento Moço, do escritor Maurício de Sousa, para que os participantes assinalassem, em um primeiro momento, quais formas as personagens utilizariam e, em seguida, quais os próprios participantes usariam. Foram analisadas as respostas de 875 participantes, sendo a maioria desses da faixa etária jovem, do sexo feminino e residentes na Região Sudeste do Brasil. Os resultados alcançados neste estudo demonstram uma maior tendência de escolha da forma associada ao indicativo em contextos que evidenciam o traço de ruralidade dos personagens, na presença do vocativo depois do verbo, no contexto temporal imediato, em sentenças afirmativas e quando a negação é pós-verbal. Por outro lado, a forma subjuntiva é favorecida em situações comunicativas em que o contexto de autoridade está em destaque, no contexto temporal não imediato, em sentenças em que a negação é pré-verbal e na presença do vocativo antes do verbo.
Palavras-chave: sociolinguística; imperativo gramatical variável; formas indicativas e subjuntivas; estudo de percepção.

Abstract: In this article, we present a research on the perception of linguistic variation of indicative and subjunctive forms in the expression of imperative mood in Brazilian Portuguese. Based on studies by Scherre (2008; 2012), an increase in the use of indicative forms in Turma da Mônica magazines can be seen, from 7% in 1970 to 81% in 2010 and, based on this result, the hypothesis is that the participants of this experiment mostly prefer the forms in the indicative, both in choosing which forms the characters would use and the forms that the participants would use.We applied a questionnaire, carried out on the Google forms platform, with clippings from the magazines Turma da Mônica Jovem and Chico Bento Moço, both written by Maurício de Sousa, so that the participants indicated, at first, which forms the characters would use and, then, which ones they would use themselves. The responses of 875 participants were analyzed, most of whom were young, female and residing in the southeastern region of Brazil. The results achieved in this study demonstrate a greater tendency to choose the form associated with the indicative in contexts that show the rurality trait of the characters, in the presence of the vocative after the verb, in the immediate temporal context, in affirmative sentences and when the negation is post-verbal. On the other hand, the subjunctive form is favored in communicative situations in which the context of authority is highlighted, in the non-immediate temporal context, in sentences in which the negation is pre-verbal and in the presence of the vocative before the verb.
Keywords: sociolinguistics;variation in imperative mood; indicative and subjunctive forms; perception study.


Keywords


sociolinguística; imperativo gramatical variável; formas indicativas e subjuntivas; estudo de percepção; sociolinguistics;variation in imperative mood; indicative and subjunctive forms; perception study

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.31.2.764-808

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