Os núcleos aplicativos e as línguas indígenas brasileiras

Marcia Maria Damaso Vieira

Abstract


Neste trabalho, investigamos a ocorrência de construções aplicativasem três línguas indígenas brasileiras: Paumari (família Arawá),Guarani e Tupinambá (família Tupi-Guarani). À luz da tipologia dePylkkänen (2000, 2002) para os núcleos aplicativos, identificamosdois tipos de estruturas aplicativas nas línguas observadas: (i) aquelasque só ocorrem com verbos intransitivos e que liberam objetos compapéis temáticos variados (fonte, comitativo, instrumento, etc.)(Aplicativas Altas); e (ii) as que só se manifestam com verbostransitivos e introduzem objetos com papéis temáticos específicos:fonte ou alvo / benefactivo (Aplicativas Baixas). Através dessatipologia, foi possível identificar dois tipos de construções aplicativasem Tupi-Guarani, ainda não reconhecidos por outros investigadoresdessas línguas, a saber: as causativas comitativas e as estruturascom ascensão do possuidor (Possessor Stranding).

Keywords


Línguas indígenas brasileiras; Morfemas aplicativos; Comitativo; Ascensão do possuidor.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.18.1.141-164

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