Um experimento sobre a interpretação de metáforas: investigando o papel dos esquemas imagéticos, da semântica e do contexto
Abstract
Resumo: Tendo como base os conceitos da semântica cognitiva, investigamos a contribuição relativa (CR) de restrições imagéticas, contextuais e semânticas no processamento de metáforas. Participaram do estudo 53 indivíduos falantes de português brasileiro que foram solicitados a realizar tarefas de priming em três condições: uma condição de priming imagético, uma condição de priming contextual e uma condição de priming semântico. Juntos, os resultados da análise estatística mostram que os participantes foram sensíveis aos elementos linguísticos – semânticos e contextuais –, ao qual uma metáfora está conectada e que a restrição contextual é a que mais influencia a interpretação da metáfora, seguida da restrição semântica.
Palavras-chave: semântica cognitiva, processamento metafórico, contexto, esquema imagético.
Abstract: Based on the constructs of cognitive semantics, we investigated the relative contribution of imagetic, contextual, and semantic restrictions to the processing of metaphors. Fifty-three native speakers of Brazilian Portuguese participated in the study and were required to perform priming tasks under three conditions: an imagetic priming condition, a contextual priming condition, and a semantic priming condition. Together, the results of the statistical analysis show that participants were sensitive to the linguistic elements – semantic and contextual –, to which a metaphor is connected, and that the processing of metaphors is heavily influenced by contextual restrictions first, then followed by semantic restrictions.
Keywords: cognitive semantics, metaphoric processing, context, image scheme
Keywords
Full Text:
PDF (Português (Brasil))References
CROFT, W.; CRUSE, D. A. Cognitive Semantics. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
ECO, Umberto. Quase a mesma coisa. Experiências de tradução. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Record, 2014.
GIBBS, R. The Poetics of Mind: Figurative Thought, Language, and Understanding. New York: Cambridge University Press, 1994.
GIBBS, R. Why cognitive linguists should care more about empirical methods. In: GONZALES MARQUES, Monica; MITTELBERG, Irene; COULSON, Seana; SPIVEY, Michael (Org.). Methods in Cognitive Linguistics. Amsterdam: John Benjamins, 2007.
GLUCKSBERG, S. Understanding figurative language. From metaphor to idioms. Oxford: Oxford University Press, 2001.
GLUCKSBERG, S.; KEYSAR, B. Understanding metaphorical comparisons: beyond similarity. Psychological Review, Elsevier, v. 97, n. 1, p. 3- 18, 1990.
KITTAY, E. F.; LEHRER, A. Semantic fields and the structure of metaphor. Studies in Language, John Benjamins, v. 5, p. 31-63, 1981.
KÖVECSES, Z. Metaphor and Emotion Language, Culture, and Body in Human Feeling. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
KUPFERBERG, I. Figurative positioning in media-worthy radio talk. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, Unisul, v. 7, n. 3, p. 353-370, 2007.
LANGACKER, Ronald. The cognitive basis of grammar. Berlin: Mouton de Gruyter, 2002.
LAKOFF, G. Women, fire and dangerous things. Chicago: Chicago University Press, 1987.
LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metaphors we live by. Chicago: Chicago University Press, 1980.
LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metáforas da vida cotidiana. Edição brasileira. Tradução de M. S. Zanotto e V. Maluf. São Paulo: EDUC, 2002.
LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Philosophy in the flesh. New York: Basic Books, 1999.
LEEZENBERG, M. Contexts of Metaphor. Amsterdam: Elsevier, 2001.
MCGLONE, M. S. Conceptual metaphors and figurative language interpretation: food for thought? Journal of Memory and Language, Elsevier, v. 35, p. 544-565, 1996.
MOURA, H. Linguagem e cognição na interpretação de metáforas. Veredas, Juiz de Fora, UFJF, v. 6, n. 1, p. 153-161, 2002.
MOURA, H. Metáfora: das palavras aos conceitos. Letras de Hoje, Porto ALegre, PUCRS, v. 40, n. 139, p. 20-45, 2005.
MOURA, H. The conceptual and the linguistic factors in the use of metaphors. D.E.L.T.A., São Paulo, PUCSP, v. 22, n. especial, p. 81-94, 2006.
MOURA, H. Relações paradigmáticas e sintagmáticas na interpretação de metáforas. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, Unisul, v. 7, n. 3, p. 417-452, 2007.
MOURA, H. Desfazendo dicotomias em torno da metáfora. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, UFMG, v. 16, n. 1, p. 179-200, 2008.
MOURA, H. Elementos nucleares de frame e a interpretação de metáforas. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, Unicamp, v. 55, n.1, jan.-jun. 2013.
MOURA, H. Significação e Contexto. 4. ed. Florianópolis: Insular, 2013.
PEIRCE. Collected Papers. V. I-VI. Ed. Charles Hartshorne and Paul Weiss. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1935.
PINKER, S. Do que é feito o pensamento: a língua como janela para a natureza humana. Trad. de Fernanda Ravagnani. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
SCHNEIDER, W.; ESCHMAN, A.; ZUCCOLOTTO, A. E-Prime. Learning Research and Development Center. Pittsburgh: Psychology Software Tools, Inc.; University of Pittsburgh, 2007.
DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.24.1.7-33
Refbacks
- There are currently no refbacks.
Copyright (c) 2016 Heronides Moura, Viviane Folden, Mailce Borges Mota, Gustavo Lopez Estivalet
e - ISSN 2237-2083
Licensed through Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional