Respiros: os desenhos de Hilda Hilst / Catching a Breath: The Drawings of Hilda Hilst

Cíntia Paula Maciel

Resumo


Resumo: Hilda Hilst gostava de desenhar. Segundo a própria poeta, ela desenhava quando o exercício da escrita se lhe tornava pesado e, assim, traçava no papel suas atribulações para “dar uma respirada”. Em Da Morte, Odes mínimas (1980), obra na qual somos apresentados a um eu-lírico que mantém uma assustadora intimidade com a morte, há seis aquarelas feitas por Hilst, nas quais há um movimento de integração em que as dicotomias entre humano e animal, morte e sujeito, conhecido e desconhecido, se hibridizam, alargando a experiência de vida. Tomando como ponto de partida tais ilustrações, este artigo pretende ensaiar possibilidades de leitura sobre os sentidos que ligam o traço do desenho de Hilst à sua poética.

Abstract: Hilda Hilst liked to draw. According to the poet herself, she used to draw whenever the act of writing proved too burdensome, and thus she traced lines on paper to “catch a little breath”. In Da Morte, Odes mínimas (1980), a work in which we are presented with a lyrical self who keeps a very close relationship with death, there are six watercolour paintings by Hilst, wherein a curious merging movement takes place: dichotomies such as human and animal, death and the self, known and unknown, become hybrids, widening life’s experiences. Using said paintings as a starting point, this paper intends to make fortuitous attempts at reading the meanings that connect the traces from the drawings to the lines of Hillst’s poetry.


Palavras-chave


Hilda Hilst; desenhos; poesia; drawings; poetry.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2359-0076.44.71.%25p

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