Rede associativa: uma nova proposta de análise para os compostos neoclássicos
Abstract
Resumo: Este trabalho investiga as relações estruturais entre compostos neoclássicos. O objetivo é identificar características que possam estabelecer vínculos entre construções que, em princípio, apresentam-se como díspares em função dos diferentes elementos que as constituem (agrologia, agromoda, autódromo, cachorródromo). No entanto, essas composições apresentam um grau de semelhança relacional que influencia a sua categorização, se analisadas a partir do continuum composiçãoderivação, como proposto por Bauer (2005), Kastovsky (2009), Gonçalves (2011a) e Gonçalves e Andrade (2012). Considerando uma rede de associações estruturais, de acordo com Bybee (2010), é formulado um esquema geral de formação para os compostos neoclássicos.
Palavras chave: compostos neoclássicos; continuum; rede associativa; esquema de formação.
Abstract: This paper investigates the structural relation between neoclassical compounds. The objective is to identify characteristics that can establish links between constructions that, at first, might appear as disparate, depending on the different elements that constitute them (agrologia, agromoda, autódromo, cachorródromo). However, these compounds exhibit a degree of relational similarity that influences the categorization of these constructions, if analyzed from the continuum composition-derivation, as proposed by Bauer (2005), Kastovsky (2009), Gonçalves (2011a) and Gonçalves and Andrade (2012). Taking into account a network of structural associations according to Bybee (2010), a general scheme is formulated for neoclassicals compounds.
Keywords: neoclassical compounds; continuum; associative network; formation scheme neoclassical words.
Keywords
Full Text:
PDF (Português (Brasil))References
ALLEN, Joseph Henry; GREENOUGH, James Bradstreet. New latin grammar. Boston: Ginn, 1903.
AMIOT, Dany; DAL, Georgette. Integrating neoclassical combinig forms into a lexeme-based morphology. In: BOOIJ, Geert et al. (Org.). MEDITERRANEAN MORPHOLOGY MEETING, FIFTH, 2007, Fréjus, University of Bologna. Proceedings... Fréjus, University of Bologna, 2007. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2014.
BAUER, Laurie. Is there a class of neoclassical compounds, and if so is it productive? Linguistics, Boston, v. 36, n. 3, p. 403-422, 1998.
BAUER, Laurie. The Borderline between derivation and compounding. In: DRESSLER, W. et al. Morphology and its demarcations. Amsterdam; Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2005.
BELCHOR, Ana Paula Victoriano. Construções de truncamento no português do Brasil: análise estrutural à luz da teoria da otimalidade. 2009. 151f. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) –, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2000.
BENNETT, Charles Edwin. A latin grammar. Massachusetts: Nowood Press, 1913.
BISOL, Leda. O clítico e seu status prosódico. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 9, n.1, p. 5-30, 2000.
BOOIJ, Geert. Compounding and derivation. evidence for construction morphology. In: DRESSLER, Wolfgang et al. Morphology and its demarcations. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2005.
BYBEE, Joan. Language, usage and cognition. New York: Cambridge Universety Press, 2010.
CAETANO, Maria do Céu. A meio caminho entre derivação e a composição. Estudos Linguísticos/Linguistic Studies, Lisboa, v. 5, p. 131-140, 2010.
CALLOU, Dinah; SERRA, Carolina. Variação do rótico e estrutura prosódica. Revista do GELNE, São Paulo, v. 14, n. especial, 2012.
CROFT, William; CRUSE, Allan D. Cognitive linguistics. Cambridge: University of Cambridge Press, 2004.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2009. CD-ROM. Versão 6.0.
FERREIRA, Rosangela Gomes. Uma abordagem morfossemântica das formações tele-x no português brasileiro. In: JEL – JORNADAS DE ESTUDOS DA LINGUAGEM, VI, 2010, Rio de Janeiro. Programação e Resumos... Rio de Janeiro: UERJ, 2010.
GENTNER, Dedre; MARKMAN, Arthur B. Structure mapping in analogy and similarity. American Psychologist, Washington, DC., v. 52, n.1, p. 45-56, 1997.
GONÇALVES, Carlos Alexandre. Composição e derivação: polos prototípicos de um continuum? Pequeno estudo de casos. Domínios da Linguagem, Uberlândia, v 5, n. 2, p. 60-90, 2011a.
GONÇALVES, Carlos Alexandre. Compostos neoclássicos: estrutura e formação. ReVel, edição especial, n. 5, p. 6-39, 2011b. Disponível em: . Acesso em: 9 mar. 2013.
GONÇALVES, Carlos Alexandre; ANDRADE, Katia Emmerick. El status de los componentes morfológicos y el continuum composición-derivación en portugués. Linguística, La Rioja, Argentina, v. 28, n. 2, p. 119-145, 2012.
GOODWIN, Willian Watson. Greek grammar. Boston: Ginn, 1900.
GRANDE Dicionário Houaiss beta da língua portuguesa. Disponível em: . Acesso em: 14 abr. 2016.
HIGINO da SILVA, N. A diversidade tipológica na composição de palavras neoclássicas agro-X. Revista Fórum Linguísticos, Florianópolis, 2017. [no prelo]
HORTA, Guida Nedda Barata Parreiras. Os gregos e seu idioma. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1970. v 1.
HOUAISS, Antônio et al. Dicionário eletrônico Houaiss de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, 2009. CD-ROM. Versão 3.0.
KASTOVSKY, Dieter. Astronaut, astrology, astrophysics: about combining forms, classical compounds and affixoids. In: SYMPOSIUM ON NEW APPROACHES IN ENGLISH HISTORICAL LEXIS, 2008, Lammi, Finland. Selected proceedings... Somerville, MA, 2009.
KEHDI, Valter. O problema do infixo em português. Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, n. 3, p. 191-196, 1999.
LANGACKER, Ronald Wayne. Foundations of cognitive grammar: theoretical prerequisites. California: Stanford University Press, 1987. v. 1.
LANGACKER, Ronald Wayne. Congnitive Grammar: a basic introduction. New York: Oxford University Press, 2008. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780195331967.001.0001
LI CHING. Sobre a formação de palavras com prefixos em português actual. Boletim de Filologia, Lisboa, v. XXII, p. 3-100, 1973.
LÜDELING, Ankle. Neoclassical word-formation. In: BROWN, Keith. Encyclopedia of Language and Linguistics. Orford: Elsevier, 2006.
MACHADO, José Pedro. Dicionário onomástico etimológico da língua portuguesa. Lisboa: Conferência Editorial, 1984. v. 1.
MARTELOTTA, Mario Eduardo; PALOMANES, Roza. Linguística cognitiva. In: MARTELOTA, Mario Eduardo et al. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
MATTOSO CAMARA, Joaquim Junior. Dicionário de linguística e gramática: referente à língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1977.
MONTEIL, Pierre. Elementos de fonética y morfologia del latín. Tradução de Concepción Fernández Martínez. Sevilla: Universidad de Sevilla, 1992.
MONTEIRO, José Lemos. Morfologia portuguesa. Fortaleza: EDUFC, 1986.
MONTEIRO, José Lemos. Quem disse que não há infixos em português? In: CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA, II, 1998, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.
NASCENTES, Antenor. Dicionário etimológico resumido. Rio de Janeiro: INL, 1966.
NESPOR, Marina; VOGEL, Irene. Prosodic phonology. Dordrecht-Holland: Foris Publications, 1986.
PANOCOVÁ, Renáta. Morphological properties of neoclassical formations in English. Bulletin of the Transilvania University of Brasov, series IV. Philology, Cultural Studies, România, v. 5, n. 54, p. 31-36, 2012.
PETROPOULOU, Evanthia. On the parallel between neoclassical compounds in English and Modern Greek. Patras Working Papers in Linguistics, Bloomington, v. 1, p. 40-58, 2009.
PIRES, José Augusto de Oliveira. O estatuto morfológico do formativo-dromo no português brasileiro. 2014. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
RALLI, Angela. Greek deverbal compounds with bound stems. Journal of Southern Linguistics, v. 29, n. 1-2, p. 150-173, 2008a.
RALLI, Angela. Compound markers and parametric variation. STUF-Sprachtypologie und Universalienforschung, v. 61, n. 1, p. 19-38, 2008b.
RIO-TORTO, Graça Maria. Desafios em morfologia história e (re)conhecimento. In: VIARO, Mario Eduardo. Morfologia Histórica. São Paulo: Cortez, 2014.
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
RONDININI, Roberto Botelho. Formações x-ólogo e x-ógrafo no português: uma abordagem derivacional. 2004. 113f. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
RONDININI, Roberto Botelho; GONÇALVES, Carlos Alexandre. Formações X-logo e X-grafo: um caso de deslocamento da composição para a derivação? In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE LINGÜÍSTICA (APL), XXII, 2007, Coimbra. Textos selecionados... Lisboa: Colibri, 2006. v. 22.
SKEAT, W. W. Principles of english etymology: the native element. Orfoxd: Clarendon Press, 1887.
TAVARES DA SILVA, João. O estatuto morfológico do formativo eletro- em português. 2013. 129f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013.
VIARO, Mario Eduardo. Etimologia. São Paulo: Contexto, 2014.
VILLALVA, Alina. Estruturas morfológicas: unidades e hierarquias nas palavras do português. 1994. Lisboa: [s.n.], 1994. Disponível em: . Acesso em: 17 jul. 2016.
VILLALVA, Alina; SILVESTRE, João Paulo. Introdução ao estudo do léxico: descrição e análise do português. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.
WARREN, Beatrice. The Importance of combining Forms. In: DRESSLER, Wolfgang. U. et al. Contemporary morphology. Berlin; New York: Mouton de Gruyter, 1990.
DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.25.4.2027-2060
Refbacks
- There are currently no refbacks.
Copyright (c) 2017 REVISTA DE ESTUDOS DA LINGUAGEM
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
e - ISSN 2237-2083
Licensed through Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional