Será livro?
Resumo
Proponho-me a desenvolver uma leitura de Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade, a fim de demonstrar que em tal obra a dimensão crítica pode ser verificada na problematização das noções de escrita, de romance e de livro. A princípio, serão abordados o modo como Serafim relaciona-se com a escrita e o fato de o protagonista planejar compor um romance. Em seguida, será analisada a unidade intitulada “O Merediano de Greenwich”, um “romance de capa e pistola” que, por meio da paródia, desconstrói práticas literárias e atinge material e textualmente a cultura livresca. Serafim Ponte Grande constitui-se, assim, como uma obra que tensiona seus próprios limites e que solicita de seu leitor uma postura interpretativa também pautada pela negatividade, isto é, pela recusa dos lugares-comuns da investigação crítica. Ao desdobrar a negatividade de Serafim Ponte Grande, pretendo explicitar elementos que fazem desta produção oswaldiana um não-livro.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.22.3.108-121
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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)
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