Questões de cordialidade, patriarcalismo e misoginia em “A Benfazeja”, uma narrativa de João Guimarães Rosa

Luciene Pereira

Resumo


RESUMO: Neste artigo examina-se a narrativa “A Benfazeja”, do livro Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa investigando a sua contribuição para ilustrar aspectos pouco investigados acerca do conceito de cordialidade presente em Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda. Soma-se a essa análise uma leitura acerca das relações de poder elaboradas na narrativa que permitem verificar uma ruptura com a representação dos ideais da família patriarcal engendrada pelo soterramento do modelo ideal, banimento do poder masculino e descaracterização do papel idealizado da mulher. Nota-se, por fim, como a negação da subjetividade feminina, por parte do patriarcado, está ainda presente na estrutura social brasileira e tem alimentado comportamentos misóginos. Por tais razões considera-se que a narrativa consiste em metáfora das relações de poder entre democracia e patriarcado estabelecidas ainda hoje na sociedade e na democracia brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: cordialidade; patriarcado; misoginia; democracia; “A Benfazeja”; Raízes do Brasil.

 

 


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.23.1.38-53

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ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


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