Um olhar sobre o presente: arte política e anacronismo em Villa e Discurso, de Guillermo Calderón
Resumo
Este artigo apresenta uma análise das peças Villa e Discurso, do dramaturgo chileno Guillermo Calderón, a partir do conceito de “anacronismo”. A hipótese desenvolvida aqui é de que a arte política, de um modo geral, é fundamentalmente anacrônica, por estabelecer um olhar de inconformidade com o próprio tempo. De maneira específica, as duas peças de Calderón voltam-se para a história recente do Chile e colocam em questão temas polêmicos na sociedade chilena: a construção dos espaços de memória a partir de centros de tortura, no caso de Villa, e o governo da ex-presidenta Michelle Bachelet, no caso de Discurso. Em ambas as peças, o dramaturgo evidencia uma tensão não resolvida entre as diferentes formas do presente de lidar com o passado. Nesse sentido, as peças propõem ao espectador imagens anacrônicas, atravessadas por um tempo complexo, que desestabilizam as imagens mais ou menos estáveis que o presente tem sobre o passado.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.24.1.96-107
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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)
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