O machado de Xangô e o fio de contas da memória: ancestralidade, diglossia cultural e a resistência das mulheres de Água de barrela

Laura Fratucci Frias, Emerson Pereti

Resumo


RESUMO: Este estudo se concentra no romance histórico Água de Barrela (2018), de Eliana Alves Cruz. Nesta narrativa, que mescla ficção, memória, história e testemunho, a autora reconstrói episódios da história de sua família, desde a vinda forçada dos antepassados, do Reino de Oió, África, percorrendo pelas vidas de seus descendentes, no Recôncavo Baiano, e posteriormente em Salvador e no Rio de Janeiro. Por meio da sustentação em elementos da raiz cultural africana e de suas relações com a ordem cultural do colonialismo ainda vigentes, as mulheres dessa família, retratadas na obra, estabelecem diferentes estratégias de sobrevivência e resistência perante o contínuo de intolerância, racismo e desigualdade que marca a história brasileira. Baseando-se em estudos sobre diglossia cultural, memória e identidade, é tecida aqui uma análise da construção dessas personagens, buscando compreender como se expressam, por meio da literatura, aspectos culturais negligenciados pela história oficial hegemônica, e como estes se reconfiguram artisticamente por meio de processos mnemônicos e identitários.                                                                                                         

PALAVRAS-CHAVE: literatura afro-brasileira; religião; memória


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.29.1.64-83

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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


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