A DESCONSTRUÇÃO COMO (IM)POSSIBILIDADE UTÓPICA

Lilia Loman

Resumo


Jacques Derrida possuía uma evidente desconfiança pelo termo “utopia” com base em suas implicações teleológicas de um estado de imobilidade que leva à renúncia de qualquer ação. De fato, o sentido literal de utopias tradicionais é alicerçado em ideias essencialmente logocêntricas de impossibilidade e perfeição. Entretanto, a criação de não espaços é também, por excelência, um ato transgressor: o conceito de utopia, assim, problematiza-se, transformando-se. O objetivo deste ensaio é propor um diálogo entre desconstrução e utopia em seu sentido não hermético, visto como (im)possibilidade, como um (não)espaço de deferimento e diferimento de um fim sempre posposto. Particular atenção será dada ao ato literário enfocado como efeito e performance de uma ausência pura prenha de toda presença. Desta forma, relacionada ao nada essencial de uma escrita sempre inaugural, a utopia será refletida em seu caráter aporético em um contexto de singularidade e exemplaridade – o segredo exemplar da literatura. Finalmente, em um diálogo com Roland Barthes, um questionamento será proposto acerca do papel da literatura como utopia da linguagem.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.14.0.6-19

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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


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