JUDEIDADE(S) E IDIOMA: NARRATIVAS DA APORIA EM JACQUES DERRIDA

Maria Angélica Deângeli

Resumo


Se, por um lado, é possível, por meio de um trabalho de rastreamento de traços ou de mapeamento de rastros, ler as marcas de uma “judeidade em suspenso” e de um idioma sempre “por vir” em Jacques Derrida, por outro, essa pretensa visibilidade só pode transparecer na oscilação e na “indecidibilidade” da escritura do próprio Derrida. Escritura marcada, então, pela herança inapagável da tripla dissociação histórico-cultural de um “judeu-franco-magrebino” que pertence sem pertencer à sua própria herança, e que  o leva a dizer, sem estar certo de poder dizê-lo, que a língua francesa é sua única pátria.1 Na dúvida permanente entre os vários “entre” que constituem as “entre-narrativas” de Jacques Derrida, situamos os questionamentos deste artigo, a saber: como articular, na aporia desde sempre anunciada, as judeidades de Jacques Derrida no corpus passional e intraduzível de um idioma em língua francesa e de língua francesa? Como ler as entrelinhas dessa judeidade que se entregou (sem se render) ao mutismo? Como descobrir no silêncio dessa língua os segredos de seu idioma? Desta forma, a partir das leituras de  Le monolinguisme de l’autre (1996) e de “Abraham, l’Autre” (2003), pretendemos esboçar os contornos de uma reflexão cujo traço principal é o devir de sua própria interrogação.

Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.14.0.88-99

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.