A experiência do exílio e o paradigma da destruição da memória em Guillermo Rosales

Isaque de Moura Gonçalves Neto

Resumo


Publicada originalmente no ano de 1987, A casa dos náufragos é considerada a obra mais importante do escritor cubano Guillermo Rosales. O livro, cujo tema central narra o processo de exílio e internação psiquiátrica do personagem William Figueras (alter ego do autor), parte de uma premissa fortemente amparada na frustração e na loucura para questionar temas como o degredo e a dinâmica de violação do eu de indivíduos submetidos à disciplina de instituições manicomiais. A partir da experiência de expatriação encarnada pelo próprio autor, pretende-se analisar os mecanismos de desenraizamento e destruição da memória individual presentes no romance. Para tanto, abordam-se os pressupostos teóricos de Yi-Fu Tuan (2005), na constituição das paisagens do medo, e as reflexões sobre identidade cultural nos contextos diaspóricos, de Stuart Hall (2003). A pesquisa apropria-se da representação ficcional do exílio no sentido de compreender as consequências que este instrumento institucional produz sobre a identidade e memória individual do sujeito, bem como os meios utilizados pelo autor-personagem para afastar-se de seu passado e, mais genericamente, de sua própria história. Antes de tudo, uma história de sofrimento, desumanização e desesperança.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.26.1.152-167

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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


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